quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Pedaços de História Esquecidos

Têm muitos anos e neles albergam muitas experiências… São pedaços da nossa história, mas nem por isso são sinónimo de respeito. Tomaram conta dos filhos e até dos netos. Noutros tempos, mais difíceis, dedicaram mais de metade das suas vidas aos seus descendentes. No entanto, envelheceram e, hoje, já ninguém quer saber deles. Entram nos diferentes hospitais por via do Serviço de Urgências ou de consulta externa e são simplesmente "abandonados", «como se fossem objectos», e falo claramente dos idosos.
Este é um problema social cada vez mais frequente, são centenas os idosos que encontramos por Portugal fora, abandonados, todos eles com alta médica, mas sem terem para onde ir.
Existem três tipos de abandono de idosos nos centros hospitalares, o primeiro acontece quando á chegada da ambulância, o familiar deixa o doente entrar e, depois de ter dado entrada o processo vai-se embora discretamente, como se nada do que se passasse fosse com ele, o segundo acontece quando o acompanhante do idoso está com ele á espera da consulta já no corredor da entrada e diz-lhe que vai sair um instante e que já volta mas não volta, e o terceiro acontece quando o idoso está internado e os familiares vão visitá-los mas depois não aparecem no dia em que o idoso tem alta médica.
Como é que a segurança social deve actuar sobre esta problemática? Deve apelar ao bom senso dos familiares, quando os valores da família já estão destroçados?
Cabe aos assistentes sociais decidirem se é necessário ou não fazer o reencaminhamento dos idosos para outra estrutura da comunidade. Sempre que um utente tenha alta, mas não tenha forma de regressar a casa – e só mesmo quando as hipóteses estiverem completamente esgotadas -, faz-se uma ficha que visa avaliar a parte médica, de enfermagem e social do paciente.
O serviço social faz a articulação e mobilização de recursos no âmbito da saúde, da segurança social, das autarquias, da justiça, da educação, do emprego, da habitação e com organizações não governamentais (AMI, associação dos pobres, etc).
É triste entrar num hospital, percorrer os corredores e ter consciência de que metades das macas ocupadas são por pessoas que já estão bem de saúde, mas mal do “coração”. Que tipo m mhde medicamento se deve aplicar nestas pessoas? Existe amor e segurança em algum comprimido ou xarope? Como dizer a estas pessoas que a sua família não as quer? Certamente que parte delas têm consciência disso, mas outras não.
O abandono é a solução de alguns e a morte de outros.

7 comentários:

  1. Adoro o blog , torne-se seguidora do meu tambem que eu já sou do seu e qual é a musica que esta a tocar quando se entrea ?

    Kiss

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  2. Torne-se minha seguidora sff

    Kiss

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  3. Esta realidade é cruel mas acontece mais vezes do que se pensa. Eles sabem que os querem despachar e isso é o que dói mais que todas as doenças. Beijinhos

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  4. Realidade dura e fria. Corta que nem uma faca afiada. Parabéns pela crónica.

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  5. Dói-me pensar que depois de todo o amor e dedicação, os meus filhos possam ter a frieza e a insensibilidade de me fazer tal coisa, pois eu sei que jamais farei isso aos meus pais. Mas depois de ter lido algures num placar de um consultório pediátrico... "não espere gratidão, o seu filho não pediu para nascer", já nada me espanta, infelizmente!

    Bom post, apesar da dureza da sua realidade.
    Beijinho :)

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